8.11.07

Coisas desse mundo em que vivemos

Melhor ler isso do que ser cego, presumo:

"Não pensei duas vezes antes de dizer "eu faço". Eu queria fazer cinema e estar no dia-a-dia de uma filmagem e sabia que um filme do Chorão não seria algo leve. Ele ia querer ir fundo e fazer algo contundente, pois é um visionário"

É a declaração de Paulinho Vilhena, explicando porque aceitou o papel de protagonista de O Magnata antes mesmo de ler o roteiro.

Ah, sim: Chorão é aquele mesmo, o do Charlie Brown Jr. Apesar do trailer do filme apresentar o crédito "Um filme de Chorão", ele não dirige a produção - é apenas o autor do roteiro original. Não que eu ache errado dizer que um filme é de seu roteirista; apenas não é o usual.

Lembro que, há anos atrás, ameaçou-se uma greve de roteiristas nos EUA e uma das reivindicações da classe era que se parasse de usar o crédito "Um filme de..." para os diretores. Bem, o Chorão chegou lá naturalmente. Talvez os americanos pudessem bater um papo com o cara para pegar umas dicas, agora que realmente paralizaram seus trabalhos, colocando pânico na indústria de entretenimento dos States.

Até onde eu sei, desta vez esta reivindicação dos créditos não está em pauta - apesar de declarações como esta, de um dos roteiristas de Lost: "“Nós somos a principal força criativa desta indústria. Queremos que as pessoas saibam disso." No duro, a briga é pelo pagamento de direitos sobre a distribuição das obras em DVD e novas mídias - internet, celular etc. e tal. Mais um dos conflitos inevitáveis neste momento em que as novas tecnologias estão deixando claro que nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia.

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Pra você pensar bem antes de reclamar das suas condições de trabalho: ao que parece, estão aprovando na China uma lei que finalmente cria as férias remuneradas para os trabalhadores de lá. Serão 15 dias para quem chegar aos 20 anos de trabalho. Até hoje, o descanso a que eles têm direito limita-se a três feriados por ano.

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