A propósito desse lance de rádio ser concessão pública...
Entrevista do Tutinha, dono da Jovem Pan, à Playboy.
"Recebo 30 artistas novos por dia na rádio. Seleciono dez, vou à gravadora e, para aquela que me dá alguma vantagem, eu dou preferência".
Ou ainda:
"PLAYBOY> Quem são os músicos que você admira?
TUTINHA > Eu gosto de música brasileira. Bossa nova, João Gilberto. Do Tom Jobim eu gosto pra cacete.
PLAYBOY> E da moçada nova?
TUTINHA > A música brasileira de hoje é um lixo. É uma música que não vai fazer história. Que história vai fazer o CPM 22, me fala? O Charlie Brown?
PLAYBOY> Por que não?
TUTINHA > Porque é uma música temporal, que combina com a idade do moleque. A letra não é forte, não tem sentimento. "Ah, vou fumar maconha, vou rasgar a calça, vou comer a mina, vou cuspir na cara, vou dar o cu na esquina". É isso aí, com raras exceções, como o Rappa e o Marcelo D2. Mas a maioria das músicas é feita por produtoras com o objetivo de vender discos. Eu acho lamentável, mas tenho culpa nisso porque não dou oportunidade para novos gêneros.
PLAYBOY> Esses músicos que você citou - CPM 22 e Charlie Brown Jr. - tocam na sua rádio? TUTINHA > Todos. Eu sou uma pessoa que não tem opinião. Pra mim, que tenho o objetivo de ser o primeiro lugar, não adianta saber se eu gosto. Eu tenho que saber se faz sucesso. Se eu vou ver o show de Sandy & Junior e vejo lá o público da rádio, até penso em tocar na Jovem Pan. Eu sou treinado para isso. Quem tem muita opinião não consegue fazer a coisa comercial. Mas eu gosto do Charlie Brown. Só acho que é uma música que não fica."
E ninguém vai preso!
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