A caravana do amor então pra lá também se encaminhou
Enquanto tanto se falou de U2 e Rolling Stones, o único show que vi, in loco, ao vivo, esses dias foi mesmo o que mais tinha significado pra mim: o do Paralamas na RoncaRonca de ontem. Caiu um temporal no Rio de Janeiro, o que fez com que o Odisséia estivesse apenas muito cheio - e não insuportável, como eu achava/temia que fosse acontecer.
O capitão da festa, Maurício Valladares (que é amigo e companheiro de Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone há muito tempo, ou eles não estariam ali - sendo que o Barone tocou com a camisa da RoncaRonca), no início parecia incomodado com a certeza de que muita gente que nunca foi à sua festa estava ali, e só pelos Paralamas. Cobrou ao microfone animação da pista, deu uma reclamada da galera e fez questão de dizer que o que viria depois era um show diferente, pra não "encherem o saco depois reclamando que não tocaram Alagados". Foi respondido por um corinho de "Alagados! Alagados!", pra deixar de ser mané.
Mas a festa seguiu, a pista encheu e se animou - e aí chegou a hora dos caras. Herbert chegou, ficou um tempinho de cara fechada numa diminuta "área VIP" armada em um canto da pista e de repente atravessou a galera, empurrado em sua cadeira de rodas, até o palco. Para abrir os trabalhos, O calibre, que foi música de trabalho do CD anterior deles - e soou do jeito que eu queria que soasse na época, com o riff de guitarra alto pra burro, pesadão, fugindo daquela mixagem mais pop que fizeram.
Eu sabia que ia ser um show fora dos padrões deles, óbvio, mas não sabia bem o que esperar do set list. Imaginava talvez algumas músicas mais obscuras em sua carreira (olhando agora, no site oficial falava em clássicos como Vital e Selvagem...) no meio de uma porção de covers, talvez uns reggaes, algo de ska. Mas bem, depois de O calibre vieram umas duas ou três músicas em português que eu não conhecia, podiam ser deles, quem sabe. Veio Cena de cinema, do Lobão. E a partir daí, basicamente só roquenrou, com a guitarra sempre alta, um monte de solos, enfim, um playground pro Herbert. Tocaram os crássicos: Start me up e Honky Tonk Woman dos Stones, Roxanne do The Police, Should I stay or should I go do The Clash, White room do Clapton e por aí vai. Perdida lá no meio, Dois elefantes, do Bora Bora, a segunda e última dos próprios no set. No fim, um skazinho pra me deixar feliz, Monkey man, dos Specials. E, pra acabar, Rock and Roll, Led Zeppelin.
Foi menos curto do que eu achei que fosse ser. E eles não falaram uma palavra o tempo todo (só quem falou ao microfone durante o show foi o MauVal...). Mas deu pra confirmar aquela impressão de que eu falei quando comentei o livro Vamo batê lata: os caras gostam de tocar. E até que são mais ou menos nisso, né? Valeu, deu pra ver que eles se divertiram, foi diferente dos trocentos shows deles que eu já vi e isso já fez valer muito a pena - mas podia ter rolado os tais Selvagem e Vital...
Nenhum comentário:
Postar um comentário