Estamos chegando então a um padrão. O Dunga escala um time, ele joga mal, fica todo mundo insatisfeito; aí, ele tira alguém mais avançado, lança um cabeça-de-área no lugar e aí tudo dá certo. Não foi assim na Copa América, quando acabamos campeões com um meio-campo escalado com Mineiro, Josué, Elano e Julio Baptista? E não foi o que aconteceu ontem?
Então é isso aí.
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Impressionante como o time insistiu, na maior parte do tempo, em um erro básico no futebol: sair jogando pelo meio. Os volantes não tiveram qualidade pra avançar com a bola, os laterais não se apresentaram para a saída de bola e os meias - Ronaldinho e Kaká - jogaram muito longe dos cabeças-de-área. O resultado foi uma sequência de bolas perdidas, que pegavam a defesa do Brasil desarrumada seguidas vezes.
Também impressionou como a maioria dos rebotes da defesa ficavam nos pés dos uruguaios, nunca dos nossos volantes. Talvez isso tenha a ver com o fato de que o Gilberto Silva não vem jogando na Inglaterra, não sei. Mas foi mais um fator a dar ao Uruguai o controle da posse de bola, mesmo jogando fora de casa.
E, na maior parte do tempo, a minha impressão era de que o Luis Fabiano não é o tipo de jogador que se encaixa no esquema proposto pelo Dunga. Assim como acontecia com Vagner Love, ele ficou isolado no meio de dois ou três zagueiros, esperando a chegada de trás de Kaká, Ronaldinho e Robinho. Vinha sempre o defensor uruguaio espanando e ele nunca conseguiu girar com a bola ou fazer o pivô - o tipo de papel que a gente tem visto o Aloísio fazer no São Paulo e o Souza fazer no Flamengo, por exemplo. Como eu não acho que nenhum dos dois esteja perto de ser jogador de seleção (ao contrário do Obina), não sei bem quem poderia fazer esta função no time.
Claro, o cara foi lá, fez seus dois gols (em dois lances com grande componente de sorte) e resolveu o problema. Não há dúvida que é melhor que o Vagner Love - que, aliás, se tivesse saído de qualquer outro estado que não São Paulo e tido a mesma trajetória, seria motivo de chacota como o Afonso se tivesse qualquer chance na seleção.
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