Há umas semanas, li a notícia de uma senhora que deu um tiro na mão de um meliante que tentava assaltá-la, no Flamengo. Aí, uns dias atrás, divulgou-se que a tal madame ganharia por sua valentia a Medalha Pedro Ernesto, a maior condecoração que a Câmara dos Vereadores aqui do Rio pode dar a alguém.
É uma notícia bizarra, mas que faz sentido quando a gente lembra do resultado do referendo do desarmamento. A maioria das pessoas acha mesmo que o lance é andar com uma pistola na bolsa e usá-la quando se sentir ameaçado. Além disso, a idéia de homenagear a nossa Clint Eastwood de saias partiu de Carlos Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro. Quem conhece as idéias da família não tem como se surpreender mesmo.
Mas tinha um detalhezinho que eu estranhei mesmo: a condecoração havia sido aprovada na Câmara por unanimidade. Não teve nem unzinho pra discordar. Isso Eu achei meio impressionante.
Mas não menos do que descobrir que a tal unanimidade foi de apenas dois vereadores que compareceram à sessão em que isso foi posto em pauta. Nem o Bolsonaro foi lá votar na homenagem que ele mesmo sugeriu.
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O pensamento vivo de Maria Dora dos Santos Arbex, esta nova portadora da medalha Pedro Ernesto - aí expressando sua opinião sobre nossa população de rua em matéria do Globo:
- Se não tem albergue ou não quer ficar no albergue, então fica no meio do mar. Bota num navio e descarrega longe. Na minha calçada, na minha rua, é que não vai ficar.
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