Eu devia estar na oitava série, talvez, e o mais próximo que eu ouvia de samba até então era Jorge Ben Jor (com o Jor mesmo, ainda não tava muito familiarizado com o Ben). Foi quando eu descobri o primeiro cara de "pagode" que eu gostava: Zeca Pagodinho. O engraçado é que fui querer ouvir alguma coisa dele por gostar da música que gravou para o CD da TV Colosso, que meu irmão mais novo tinha ganho.
Contei isso pras meninas da minha sala, "finalmente descobri um pagode que eu gosto", e elas riram daquilo, "que coisa de velho". Todas fãs de Negritude Júnior, Molejão e coisas do gênero. O Zeca tava muito longe de ser a unanimidade de hoje em dia.
Corta pra 2006. O cenário é bem diferente, e não só pro sambista ébrio de Xerém. Este último foi o fim de semana do Trem do Samba - que todo ano, no Dia Nacional do Samba, parte rumo a Osvaldo Cruz com bambas fazendo som em cada vagão. E nunca teve tanta gente frequentadora de micaretas, náites e rêives se mostrando interessada na parada. Uma amiga minha - que fala empolgada quando compra meses antes ingressos pro Chiclete com Banana - contou feliz do ponto alto do programa, quando o ídolo Arlindo Cruz a puxou pra dançar. Arlindo Cruz, ídolo! A quadra da Mangueira eu não vou tem uns anos, mas dizem que também está cheia dessa juventude bonita criada a danoninho. Pra quem é solteiro, dizem que tá uma beleza.
Então, dentro desse movimento, não sei bem porque ainda estranhei ao saber que o Casuarina está tocando em todos os domingos de dezembro na Baronetti.
(Pra quem não é do Rio: Casuarina é uma banda de samba, mesmo, que toca Paulinho da Viola, Zeca, Cartola, essas coisas. Baronetti é lugar de tchutchucas e tchutchucos fazendo chão-chão-chão).
Não estou reclamando não, pelo contrário. É curioso só.
Diz o texto do link aí de cima que, no primeiro, ficou bem vazio. Será que pega?
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Na Lapa, é o samba "de raiz" que tá bombando há um tempinho já. Acho ótimo. Não sou nenhum mega-conhecedor nem nada, mas parece que sempre tem alguém fazendo um som legal pra eu ir quando quiser. E o Casuarina é um dos que eu gosto mais.
Só acho uma pena que esse povo todo que tá fazendo (e bem) esses bailes por aí não produza nada próprio que realmente apareça. Talvez seja ignorância minha, mas me parece que, quando lançam CDs, a maior parte - se não tudo - é regravação. Não sei se, daqui a uns anos, alguém vai lembrar de algum deles pelo nome. O do Casuarina mesmo (que deve ser bom) tem Cartola, Zé Kéti, Gonzagão, Adoniran e por aí vai.
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E escrevi esse papo todo de samba ouvindo Rancid, Life won´t wait. Quem não gosta ou é ruim da cabeça, ou doente do pé.
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E, no papo de música: este sábado a fabulosa Dinamáquina toca em Botafogo. Apareçam! Os detalhes tão no fotolog da banda.
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