11.4.08

Os 30ml da discórdia


Andei intrigado nos últimos tempos com o lançamento da nova garrafa da Skol, exclusiva para o mercado carioca. O diferencial? 30 ml a mais que a garrafa tradicional de 600ml.

Por que diabos lançariam uma grande campanha, com outdoors, anúncios de TV e o diabo, pra lançar uma garrafa com apenas 30ml a mais - o que, considerando que normalmente você está dividindo a cerva com outros dois ou três amigos, não deve dar nem um gole pra cada um? O lançamento seria "um presente da Skol ao Rio, cidade onde sempre foi líder". Que presente mais besta, não?

Já andei conversando com outras pessoas sobre isso e a explicação a que se chegava é que o mercado anda tão competitivo e já lançaram tanta coisa (latão, long-neck com a boca mais larga, lata que não esquenta, rótulo que avisa se a cerveja tá gelada e por aí vai) que agora estariam tentando qualquer coisa pra ter um diferencialzinho a mais.

Confesso que ia escrever um post aqui simplesmente intrigado com essa novidade aparentemente inexplicável da Skol. Mas resolvi dar antes uma busca no Google de leve antes e cheguei a uma possível explicação, lendo esta notícia: os concorrentes estão entrando com processo para proibir a tal garrafa nova, acusando a Ambev de concorrência desleal.

O medo deles é o seguinte: como a Skol é líder no mercado, os donos de bares logicamente vão gostar de oferecer a novidade para seus clientes - afinal, é a cerveja preferida deles, com um pouquinho a mais na garrafa, pelo mesmo preço, com campanha na rua. E, no início, seria tranquilo pra eles optarem pelo novo produto, pois a Ambev irá permitir por um tempo a troca das garrafas comuns pelas novas.

Porém, depois desse tempo, a troca não será mais possível. Daí, o cara vai ter em seu bar aqueles cascos e não vai poder trocar por nenhuma outra cerveja que não a Skol, que assim garantiria sua colocação no estabelecimento. Hoje, como as garrafas são todas iguais, os comerciantes vão escolhendo que marca comprar de acordo com o preço, promoções, preferências momentâneas do consumidor, enfim. Nada impede que o cara faça um pedido 100% Skol num mês e, no seguinte, resolva trocar tudo por Itaipava - e isso acabaria. A Skol diz que não é por aí, dá suas explicações, enfim.

Eu, de qualquer forma, tenho optado ao ligar pro disc-cerveja do bar lá perto de casa pela Antarctica, que tem sido mais barata e, sabor por sabor, dá mais ou menos na mesma. E, por aí, a Itaipava tem sido a melhor relação custo-benefício. Esse marketing das marcas de cerveja não me pega muito não.

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